Ano Estelar 325 da Quarta Era, 15:32 horas, quadrante 12.
A
velocidade era incrível, a pequena nave rasgava o espaço com seus motores
sônicos ao máximo, tudo lá dentro chacoalhava e parecia que iria desmontar,
pedaço por pedaço. Mick, o único integrante, estava tenso, o suor lhe escorria
pela testa enquanto tentava desviar dos lasers que passavam a sua volta e
imaginar uma maneira de escapar daquela situação.
Logo atrás estava uma nave bem maior, que perseguia e
atirava na pequena nave de Mick. Na fuselagem via-se o emblema do governo galáctico
e da polícia do quadrante 12. Lá dentro o comandante dava ordens à tripulação
para atirar na nave fugitiva, mas não para acertá-la, queriam apenas retardar
seu movimento ou inutilizar os motores, a carga levada era muito valiosa e não
podia ser destruída.
Mick era um mercenário, roubava e contrabandeava
mercadorias por toda a galáxia, e achava que este seria seu último contrato.
Ele nunca teve muita sorte na vida. Nasceu em um planeta sem muitos recursos e
sua mãe morreu quando ele tinha apenas 3 anos. Foi vendido como escravo e
passou os outros vinte anos de sua vida trabalhando na nave aonde estava agora
para o mercenário e traficante de escravos que o comprara. Tudo o que ele
conhecia era aquela vida no submundo da galáxia. O único dia que ele
considerava ter tido sorte foi quando seu dono morreu e ele ficou livre e com a
nave.
Toda sua vida passava em sua mente enquanto ele fugia da
força policial do governo galáctico. Olhando o mapa estelar da área teve uma
ideia. Um grande planeta gasoso estava a poucos minutos dali, e logo depois em
uma de suas luas, havia uma espaço-porto movimentado onde teria chances de se
misturar a multidão.
Atravessando a densa atmosfera externa do planeta Mick
lançou a preciosa carga para poder voltar e buscá-la, e continuou sua fuga. A
carga era uma grande caixa retangular negra que ele nem mesmo sabia o que tinha
dentro. As nuvens alaranjadas pelos sais de cálcio e enxofre deixavam a
atmosfera venenosa, mas foram uma boa camuflagem para esconder sua fuga e a
carga. Chegando a lua habitada Mick colocou a nave no piloto automático e se
escondeu em um pequeno compartimento de carga secreto. A nave pousou sozinha e
logo atrás a polícia. Abordaram a nave e não encontraram nem o piloto nem a
carga, mantiveram vigília sobre o veículo e organizaram uma ronda para procurá-lo
no porto e na cidade adjunta. Mick, tomando cuidado, conseguiu escapar pelos
fundos sem ser visto e achou que estava a salvo.
O que nenhum deles sabia era que a carga roubada por Mick
se tratava de um dispositivo de viagem no tempo, e este entrou em funcionamento
devido a agitação da caixa onde estava. No momento em que Mick saía do porto e
os policiais faziam uma batida pelas docas a sua procura, uma grande explosão
temporal atingiu o lugar. No instante seguinte eles estavam de volta as naves
em perseguição sem se lembrar de nada.
Ano estelar 325 da Quarta Era, 15:32 horas, quadrante 12.
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